quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Novas tecnologias Educacionais: Presenças ausentes na escola

[...] é necessário o professor dominar a utilização pedagógica das tecnologias, de forma que elas facilitem a aprendizagem, sejam objeto de conhecimento a ser democratizado e instrumento para a construção de conhecimento.
LEITE et al. (2003)

Cada vez mais aceleram-se as inovações no campo da tecnologia e, em decorrência, as reflexões, aplicações e experimentações em torno dela na área pedagógica.
Esta afirmação resulta porque sabemos que, em educação, tudo pode ser tomado como tecnologia e os limites das tecnologias não estão propriamente nelas, temos certeza disso. Via de regra, tendemos a nos apropriar delas do mesmo modo que vemos outros fazerem. Se os nossos olhos vêem lâminas de retroprojeção serem empregadas exemplarmente para apresentar conteúdos que poderiam ser registrados no quadro de giz, passamos a fazê-lo na meesma dimensão. Às vezes, até, chegamos a ouvir indagações intrigantes que, subrepticiamente, revelam um saber latente que diz que quando dois meios são capazes de cumprir os mesmos papéis pedagógicos é natural que o mais moderno substitua o outro.
Os especialistas que se dedicam ao estudo dos meios não concordam com essa abordagem. Entendem que cada meio é único, quando considerados seus limites e possibilidades. O nosso pequeno conhecimento em torno das características e particularidades das diversas tecnologias é que nos faz lidar com elas restritivamente. Assim, usamos, por exemplo, o filme gravado em vídeo como se fosse o próprio filme; o rádio gravado em áudio como se fosse rádio; a internet como se fosse um espaço privilegiado para difusão de mensagens impressas quando ela é, sim, um espaço altamente apropriado para difusão de mensagens cinético-audiovisuais.
Dessa forma, a seleção das tecnologias educacionais ou a incorporação delas na prática de ensino não é uma ação desatrelada dos saberes docentes em torno de seus códigos e linguagens, de suas características e particularidades, de suas possibilidades e limitações.
Tecnologias educacionais precisam ser melhor conhecidas pelos professores para que - dotados de conhecimentos, atitudes, práticas e posturas compatíveis - possam assegurar a efetiva utilização delas em seus afazeres profissionais. Se de distintas ordens são identificadas e/ou enunciadas, fica evidente a existência de lacuna de conhecimentos neste sentido, o que justifica a rara presença de tecnologias de ensino diversificadas nas aulas e a abusiva utilização de outras..
Inegavelmente, a profissão do professor o desafia, a cada dia, a incorporar meios e meios de comunicação e educação no trabalho pedagógico, vez que, quer queira, quer não, a tecnologia já é presença efetiva na escola porque se acha introjetada na cultura de nossos alunos (BACCEGA, 1996). Sendo assim, a relutância em apropriar-se ou buscar perceber que há outra(s) mais apropriada(s) para exercer determinada(s) função(ões) no ensino-aprendizagem tem contribuído para o estabelecimento de fosso entre a escola e a realidade. Estando apartada do meio em que está inserida - meio que compõe o caldo cultural que alimenta os modos de ser e de fazer da sociedade - é natural que seja percebida como descontextualizada e que, ainda, proceda a abordagem dos conteúdos de modo fragemnetado.
Os objetos do mundo social não são, nem estão, sujeitos aos múltiplos olhares, dizeres e pensares da escola. É como se o mundo real, revelando-se tal qual um caleidoscópio - "pequeno instrumento cilindrico, em cujo fundo há fragmentos móveis de vidro colorido, os quais ao refletirem-se sobre jogo de espelhos angulares dispostos longitudinalmente, produzem um número infinito de imagens de cores variegadas (FERREIRA,1976, p.257) -, fosse observado, em cada disciplina, segundo uma única e indissociável imagem. Imagem que, em verdade, sendo múltipla e complexa; careceria ser observada e analisada em distintos aspectos; ser apreciada no correr de seu processo de transmudação, a partir de cada fragemento, visando a percepção mais ajustada e mais aproximada daquilo que se mostra como real. Por conta dessa contemplação distorcida - na medida que fragmentada e descontextualizada - a escola passa a ser percebida como obsoleta, relutante à renovação e à inovação pedagógicas, apartada da vida cotidiana, favorecedora do alheamento tecnológico no qual vivemos e frágil promotora da cultura latejante do país . .
Posto isto, é claro, que hoje nos deparamos com a necessidade de compreender as tecnologias de tal forma que possamos incorporá-las com propriedade à nossa práxis; em outros termos, que estejamos abertos à recepção dos meios e materias tecnológicos na escola sem a adoção de simplismos - termo que desgina "vício de raciocínio que consiste em desprezar elementos necessários da solução" (FERREIRA, 1976, p.1302). Usar tecnologia não é mero clicar de botões, de trazer fita de áudio ou vídeo para ser assistida, enquanto o docente realiza outra atividade de maior importância -, também não se trata de dispor o flipchart ao ladro do quadro de escrever... Usar tecnologia é muito mais do que isso: há uma base conteudista inerente a este fazer e esta base está, inegavelmente, indissociada da opção filosófica que ancora a nossa compreensão acerca da Tecnologia Educacional.
Portanto, incorporar a tecnologia na escola, dentro dos pressupostos das teorias que solicitam, aos agentes comunicativos, interação e interatividade e construção de conhecimentos - ajustada ao nível e a realidade de cada aluno, de modo a poder contribuir para o seu engajamento em processo de aprendizagem coletiva e cooperativa - requer, minimamamente, tempo de estudo e desejo docente para aprender. Sem estas duas condições primeiras, as tecnologias até se farão presentes na escola, porém não estarão certamente inseridas em abordagem que as assuma como elementos mediadores da compreensão da realidade que vivemos. Igualmente, se nossa leitura de mundo não permitir o entendimento de que elas -tecnologias - embora não redentoras, devam ser instrumentalizadoras das transformações sociais com as quais a escola deve cooperar e se comprometer, elas não terão sentido no contexto da escola (SOUSA, 2001).
Buscar nossa alfabetização tecnológica é, por conseguinte, um fazer inadiável: sabemos que as tecnologias educacionais, designando as diferentes categorias de meios - concretos, impressos, auditivos, audiovisuais e informáticos - não são elementos constantes na maioria de nossas salas de aula. Em geral, se se fazem presentes são exploradas para além dos limites de suas possibilidades - exemplo marcante disto pode ser trazido pela lembrança do uso abusivo com que se lida com o retroprojetor, com o quadro de escrever, com impressos....
Vemos então que a prática pedagógica acadêmica até incorpora meios e materiais de comunicação e educação em suas ações, porém nem sempre isto ocorre com propriedade. Não podemos mais continuar nos aventurando por trilhas que levem à seleção, à utilização ou que dispensem a avaliação da prática pedagógica, auxiliada por tecnologias; precisamos, sim, saber se os percursos que relizamos são, de fato, os caminhos mais próprios para se chegar ao(s) fim(ns) instrucional(is) e/ou educacional(is) pretendido(s).
Se as indevidas seleção, utilização e/ou avaliação das tecnologias interferem na comunicação escolar, acarretando insatisfações e prejuízos aos distintos atores do processo de ensinar e de aprender, é preciso viabilizar saída(s). Segundo Fagundes (2004), o percurso da escola, para adentrar neste mundo conectado (grifo nosso) e permeado por tecnologias, passa, necessariamente, "pela curiosidade, pelo intercâmbio de idéias e pela cooperação mútua entre todos os que se encontram tes envolvidos no processo.

A avaliação de curto e de longo prazo
  
Especialista em mudanças na educação presencial e a distância

 Estamos acostumados a focar, na educação, a avaliação intelectual de curto prazo: a compreensão de leituras, idéias e o desenvolvimento de algumas competências. Sem dúvida essa avaliação, se bem feita, contribui para dar-nos uma radiografia do que aprendemos a curto prazo.
Mas a avaliação que vale a pena, a realmente significativa é a que acontece a longo prazo: a que mostra, depois de alguns anos, o que realmente aprendemos, o que praticamos daquilo que aprendemos e se somos pessoas mais interessantes, abertas, coerentes e realizadas.
A avaliação de longo prazo nos mostra se evoluímos como pessoas mais abertas ou fechadas, mais acolhedoras ou egoístas, mais curiosas ou acomodadas, mais realizadoras ou repetidoras, mais coerentes entre teoria e a prática ou mais incoerentes. Podemos ter evoluído em uns campos mais do que em outros. Sermos empreendedores em negócios e infantis emocionalmente; brilhantes em análises sociais e ruins nas práticas correlacionadas; hábeis em negociar e incoerentes moralmente.
A avaliação de longo prazo pode mostrar-nos o grau de integração e coerência entre a aprendizagem intelectual, a emocional e a éticaSe compreendemos mais profundamente a nós mesmos e aos outros; se relacionamos melhor alguns campos do conhecimento e os incorporamos às nossas vivências, procedimentos e práticas no cotidiano; se evoluímos também emocionalmente, tornado-nos pessoas mais abertas, confiantes, acolhedoras; se evoluímos também eticamente, mantendo maior coerência entre o que pensamos e o que praticamos.

Alguns critérios podem nortear a avaliação de aprendizagem de longo prazo:

1)     Gosto crescente por ler, observar, conhecer. Capacidade maior de compreender e de relacionar o que vemos, lemos e ouvimos.
Pode ser resumido nesta pergunta: Gosto cada vez mais de conhecer (idéias, pessoas...)?

2)       Maior relação e coerência entre compreensão e ação, entre teoria e prática.
Pergunta: O que construí com o que li e aprendi?

3)        Capacidade maior de acolhimento, de comunicação, de interação com os outros?.
Pergunta: Sou uma pessoa mais aberta, produtiva, ética e realizada?
Nestes critérios de longo prazo creio que temos inúmeras deficiências (que não dependem  da escola). Sinto que muitas pessoas, de alguma forma, se inibem diante da aprendizagem, não acreditam no seu potencial de evolução, na sua capacidade de avançar além do previsível. Muitas se contentam com a aprendizagem “profissional”, a que é exigida para melhorar a empregabilidade, o salário, mas não vão além, não se interessam por novos campos, não pesquisam novos caminhos, esperam que o mundo mude para mudar junto ou depois.
  Todos conhecemos profissionais extremamente competentes intelectualmente, brilhantes palestrantes, mas com uma total esquizofrenia em relação à prática, à vida, aos valores. Muitos aprendem  intelectualmente e não vivencialmente. São relativamente poucas as pessoas pró-ativas e apaixonadas na aprendizagem, que vão além do que se espera oficialmente delas, que estão sempre atentas a tudo e que fazem uma ponte continua entre pensamento e ação, reflexão e prática.
A educação tem focado mais os resultados do conhecimento intelectual e descuidado os resultados na evolução emocional, na motivação de vida, na postura ética, deixando-as como algo que cada um deve procurar pessoalmente. A educação emocional e ética também precisam ser focadas mais, junto com a intelectual e também pode ser ensinadas, construídas e incentivadas.
  Um dos maiores prazeres que a vida nos oferece é o de manter vivo o entusiasmo pela aprendizagem contínua, pelo conhecimento abrangente, dinâmico e integrado. Aprendemos mais quando encontramos algo que nos motiva profundamente, que nos estimula intimamente, que dá sentido a nossos pensamentos e ações. As pessoas mais interessantes e mais profundas que conheci até hoje eram muito curiosas, motivadas, acolhedoras e simples.
Aprender a viver não precisa ser um slogan, mas um direcionamento fundamental para a nossa realização pessoal e social. Gostar muito de aprender se correlaciona profundamente com gostar de viver. Viver para aprender, e aprender a viver, em simbiose contínua e rica. Os que permanecem nessa atitude, nunca se aposentam de aprender e nunca desistem de viver. Essa é a maior das aprendizagens, e onde a educação escolar pode desempenhar um papel mais relevante e explícito: Ajudar a que cada pessoa acredite em si, desenvolva sua auto-estima, suas melhores qualidades, uma maior consciência em relação à  ela mesma, aos demais e a tudo o que nos rodeia, num processo cada vez mais aberto e afetivo e coerente.
http://www.youtube.com/watch?v=W4KKn75xoEI&feature=player_detailpage
http://www.youtube.com/watch?v=bCtZVE3ybjw&feature=player_detailpage
http://www.youtube.com/watch?v=-FoX50_ZORQ&feature=player_detailpage

O uso de tecnologias nas aulas de Arte

 
Introdução
Como a tecnologia pode contribuir para o desenvolvimento estético? Uma colher de pau, um lápis, um relógio de pulso ou um ônibus espacial são tecnologias. Essas são formas que o ser humano encontrou para realizar suas ideias e falar do que precisa. Mas nenhuma ferramenta trabalha sem a vontade do individuo. Nenhuma tecnologia substitui o desenho, o desígnio, o projeto.
Na escola, o mais importante no ensino da arte é colocar o aluno em contato com diferentes maneiras de expressar suas ideias, para que amplie suas capacidades comunicativas e descubra suas próprias formas de utilizar os recursos existentes. Será no dialogo entre as linguagens, que cada um irá se aprofundar no funcionamento das dinâmicas de composição da imagem a partir de suas próprias necessidades expressivas.
É muito importante colocar os alunos em constante estado de atenção e reflexão sobre as formas de utilização da imagem na sociedade contemporânea, tanto em relação àquelas produzidas com intenção artística, como todas as que os meios de comunicação se apóiam para passar suas mensagens.
As imagens que cada vez mais ganham lugar de destaque nas mídias de massa compõem um universo de elementos que passamos a referenciar para transmitir nossos desejos, projetos e medos. O que vemos é uma profunda padronização do aspecto formal no arranjo desses pedaços. Pessoas e lugares aparecem nas composições artísticas e comerciais, como se existisse apenas um caminho de comunicação. Apenas um padrão estético.
Corpos "photoshopados", resoluções infinitas em gigantescos outdoors, avanços técnicos na produção gráfica e, principalmente, a velocidade de propagação das imagens fazem com que se abram novas possibilidades de expressão e uma necessidade de estabelecer uma educação estética que englobe estes aspectos contemporâneos de elaboração de formas visuais.
É interessante levar essa discussão para a sala de aula, apresentando aos alunos propostas de atividades que utilizem mídias eletrônicas e/ou digitais.
Objetivos
Ampliar as possibilidades expressivas e reflexivas no processo de construção da imagem contemporânea.
Conteúdo específico
Colagem, fotografia, edição digital, comunicação visual e poética pessoal
Anos: 8º e 9º
Tempo necessário: 18 aulas
Material necessário
Um computador com scanner e software de edição de imagens, uma câmera digital (ou câmera de celular), uma impressora colorida, tesouras, estiletes, cola branca, canetas diversas, um retroprojetor, papel, transparências para impressão, canetas de retroprojetor, papeis coloridos diversos, revistas diversas, folhetos e flyers de distribuição gratuita, fotos antigas ou de família.
Desenvolvimento
1ª etapa: coleta e reflexão (2 aulas)
Desde o início do projeto, os alunos devem se sentir pesquisadores de um universo visual que irá envolver tanto aspectos da linguagem plástica como questões ligadas ao comportamento humano.
Na primeira aula, você deve apresentar à classe vários tipos de imagens que costumamos ver em nosso cotidiano, como pranchas com obras de artistas renomados, recortes de revista, panfletos distribuídos na rua, fotos de família etc. Se for possível, coloque todas essas imagens em um mesmo suporte, como uma cartolina preta, por exemplo.
Apresente aos alunos todas as imagens e, em seguida, inicie uma discussão com as seguintes perguntas:
- Qual a diferença entre as imagens?
- O que cada uma quer comunicar?
- Como foi feita cada uma delas?
- Por quem foram feitas?
- Para que serve uma imagem?
Os alunos devem expor suas opiniões livremente. É importante criar um clima de respeito entre eles. Qualquer hipótese levantada, por mais absurda que possa parecer, não pode ser descartada. Direcione o olhar dos estudantes para questões formais ligadas à composição e às técnicas utilizadas. Pergunte como cada um interpreta os diversos elementos presentes nas imagens e como dialogam uns com os outros.
Depois apresente a fonte de cada imagem e abra a discussão, levantando relações entre como percebemos e interpretamos os estímulos visuais a nossa volta.
Como tarefa para a próxima aula, peça para cada aluno trazer pelo menos três imagens de fontes diferentes, que possam ser utilizadas nos trabalhos em classe.
OBS: as fotos de família que não puderem ser recortadas podem ser copiadas ou escaneadas.
2ª etapa: colagem - o todo e a parte (4 aulas)
Toda imagem é composta de diversos elementos que, ao se agruparem, ganham novos significados. Alguns deles são signos conhecidos e fechados, outros apresentam simbologias de acordo com o meio e o receptor. Uma arma de fogo sozinha nunca vai representar leveza e carinho, por exemplo. Mas um horizonte de uma praia traz sempre ideias diferentes dependendo de quem vê. No entanto, ao unir diferentes elementos, transformamos o significado de cada parte, criando uma nova relação e uma nova mensagem.
O objetivo desta etapa é tentar re-significar os elementos presentes em diferentes imagens, recortando cada pedaço das figuras trazidas pelos alunos (você também deve providenciar outras fontes para aqueles que precisarem de mais formas). A ideia é que cada aluno construa uma nova imagem relacionada à sua personalidade, aos seus desejos e medos. O estudante poderá fazer a colagem dos elementos em um novo suporte ou em um fundo com outra imagem. Nesta fase, apresente técnicas de recorte com tesoura e estilete para garantir uma boa utilização das imagens. Se possível, crie um banco de elementos visuais que podem ser separados em pequenas caixas ou pastas para servirem de referência e de recurso gráfico.
3ª etapa: digitalizando e manipulando (4 aulas)
Nesta fase, cada aluno irá digitalizar a montagem de sua imagem. Eles deverão fotografá-las ou escaneá-las no computador.
Os assistentes do computador para este tipo de trabalho variam de acordo com suas configurações. Cabe a você explorar o software previamente a fim de se familiarizar com os procedimentos técnicos. De maneira geral, esses programas são bem simples e é possível descobrir muitas possibilidades explorando suas opções. O mais relevante é indicar como procedimento básico a resolução em que será fotografada ou escaneada a imagem. No caso de foto, o arquivo deve ter no mínimo 3 megabytes e no scanner, 300dpi.
Salve os arquivos em uma pasta do computador. Em seguida, os alunos deverão abri-los em um software de edição de imagem (pode ser comprado, mas há versões gratuitas na internet). Os estudantes poderão explorar as seguintes ferramentas:
1) Imagem. Todo software de edição digital possui em sua barra de ferramentas um item referente aos ajustes básicos. Aqui é possível explorar variações de contraste, brilho, cor, saturação, recursos de solarização e inversão de tonalidades. É um bom exercício de exploração, em que o aluno poderá estabelecer um contato direto com a estrutura da linguagem visual, exercitando sua própria poética.
2) Efeitos. Dependendo do software usado, o numero de efeitos disponíveis pode variar. Neste momento, é importante que o aluno reflita sobre a comunicação da mensagem da imagem. Explore principalmente as variações que cada efeito terá na linguagem visual, como profundidade, brilho, figura, fundo e equilíbrio.
Camadas. A grande maioria dos softwares de edição de imagem trabalha com o conceito de camadas (layers). É como imaginar diversas folhas de transparência em que cada uma está em uma parte do desenho, com uma cor ou um elemento. Sobrepostas elas constituem a imagem inteira. Ao vê-las separadamente, podemos manipular cada camada. Ao inserir algum novo recurso na imagem, você poderá abrir uma nova camada, assim será possível corrigir erros e terá mais liberdade na composição dos projetos.
Se você conhecer bem o software, use outros recursos. Experimente. Reserve um tempo longo para que cada aluno possa cometer erros que serão os caminhos de sua própria aprendizagem nas técnicas do software e ganhe assim confiança para explorar novos recursos.
4ª etapa: imprimindo e interferindo (3 aulas) Depois da etapa de exploração dos recursos básicos do software, cada aluno deverá definir uma imagem a ser impressa. Se a escola tiver papéis com uma gramatura alta, as possibilidades de intervenção serão maiores. Este tipo de papel aguenta tinta e outros materiais a base de água. Mas é possível também utilizar papel sulfite.
Cada um deve imprimir uma ou mais cópias do seu arquivo e, a partir daí, pode realizar intervenções com canetas, papeis e outros materiais para elaborar a sua imagem. Neste momento, é importante organizar uma aula apenas para fruir os trabalhos em grupo, onde cada estudante devera relatar ao grupo seus caminhos, suas dificuldades e descobertas. Veja aqui algumas perguntas para inicia a conversa com a classe:
O que você quer dizer com esta imagem?
O que utilizou para passar essa mensagem?
Como uma cor ou uma forma podem passar uma mensagem?
No que o computador pôde contribuir para sua composição?
Como as outras ferramentas que você utilizou puderam contribuir?
5ª etapa: finalizando os trabalhos (2 aulas)
Nesta etapa do projeto, cada aluno devera digitalizar sua imagem novamente na maior resolução que o equipamento da escola suportar. Serão feitos ajustes necessários para a finalização das imagens. Há dois caminhos para encerrar o projeto:
1) Imprima o arquivo final em um papel de transparência especial para impressão.
2) Vá para a 7ª etapa: avaliação.
6ª etapa: projetando e ampliando (2 aulas)
Esta etapa é uma possibilidade de interação lúdica e corporal com a imagem produzida, tendo um olhar diferenciado, com outra perspectiva para cada composição. Em uma sala parcialmente escurecida, use um retroprojetor para que cada aluno possa colocar sua transparência e visualizar sua imagem em outra dimensão. Os alunos podem sobrepor suas transparências, criando assim novas imagens que servirão de material para novas reflexões. O professor pode tirar fotos destas explorações ou também colocar um papel preso na parede em que esta sendo projetada a imagem. Assim podem ser criados trabalhos em grandes dimensões, desenhando os limites projetados pelo retroprojetor. O professor pode ainda ter um pequeno acervo de ícones e imagens em transparência para provocar intervenções e discussões sobre a construção e a composição da imagem contemporânea.
Avaliação
É muito importante que o professor acompanhe e avalie individualmente cada aluno ao longo do processo, observando, registrando e intervindo com ações que ofereçam à classe recursos para a conscientização dos processos criativos.
No final do projeto, peça aos alunos para formarem uma grande roda, onde cada um deve, por breve tempo, expor os seus trabalhos e apresentar para a turma suas expectativas e uma autoavaliação de seu desenvolvimento na proposta.
As questões abaixo são algumas sugestões para a avaliação:
1) Sua idéia inicial foi alcançada?
2) Como cada ferramenta contribuiu para a concretização de suas ideias?
3) Como se formam as imagens?
4) Como se juntam as imagens?
5) Para que serve uma imagem?
6) Como você vê a forma em que as imagens são utilizadas nos dias de hoje?
7) Existe uma forma ideal?
8) Existe uma imagem real?

http://cienciahoje.uol.com.br/alo_professor/intervalo/professor_ensinar_professores